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Os diferentes tipos de cardiopatia

O termo «cardiopatia» diz-lhe alguma coisa? Se não diz, vai passar a dizer. E se diz, ficará a entendê-lo ainda melhor. Neste artigo explicamos-lhe quais são as principais doenças que afetam o coração.





Comecemos por entender o que significa «cardiopatia». O termo «cardio», como provavelmente já viu por aqui noutros artigos, designa algo relacionado com o coração. Por outro lado, «-patia», neste contexto, refere-se a doença. Então é isso mesmo: cardiopatia é toda e qualquer doença que afete o nosso coração.


No entanto, não é possível falar neste problema, sem falar em tipos de cardiopatia.

Os tipos de cardiopatia

Existem várias formas de agrupar as cardiopatias. Para simplificar, baseámo-nos em diferentes artigos e estudos que classificam 5 tipos diferentes de cardiopatia, de acordo com a sua origem:

  • congénita (de nascença);

  • das válvulas cardíacas;

  • do miocárdio (músculo do coração);

  • infeciosa;

  • isquémica.

Cardiopatia congénita

A cardiopatia congénita nasce com a pessoa. É uma doença crónica que pode ir avançando com o passar dos anos. Por vezes, é detetada no útero ou logo à nascença. Noutras ocasiões, dá sinais na idade adulta ou pode mesmo nunca se revelar. Pode dever-se a:

  • malformações do feto;

  • anomalias genéticas;

  • complicações durante a gravidez, como infeções por exemplo;

  • abuso de substâncias nocivas por parte da mãe, durante a gravidez (álcool, drogas, medicamentos contraindicados).

Existem vários tipos de cardiopatias congénitas. A maioria está relacionada com defeitos na estrutura do coração:

  • anomalias das válvulas cardíacas por malformações (podem ser demasiado estreitas ou não abrir de todo, dificultando a passagem do sangue; ou não fechar corretamente, permitindo que este «escape» quando não deve);

  • defeitos no septo cardíaco (parede que separa as câmaras do coração). Podem existir passagens que levam a que o sangue se misture entre as câmaras;

  • atresia (quando uma das válvulas não se formou);

  • malformação de uma das câmaras do coração (pode não se ter formado um ventrículo por exemplo).

Cardiopatia das válvulas cardíacas

As válvulas cardíacas são estruturas que existem no interior do coração. Permitem a passagem do sangue das aurículas (câmaras por onde o sangue entra no coração) para os ventrículos (câmaras por onde o sangue sai do coração).

Quando as válvulas não encerram corretamente, o sangue pode «voltar para trás». Ou seja, há um comprometimento do funcionamento correto do coração. Nestes casos, o médico pode detetar o defeito por auscultação. O ruído feito pelo sangue ao atravessar a válvula mal fechada dá a esta patologia o nome de «sopro do coração».

Cardiopatia do miocárdio (miocardiopatia)

Estas cardiopatias são aquelas que atingem diretamente o músculo do coração (miocárdio). Como o músculo está comprometido, a capacidade do coração bombear o sangue é afetada.

A maioria são de causa desconhecida. Outras podem ser consequência de abuso de substâncias, como álcool ou drogas. Também podem ser efeito de outras patologias que acabam por danificar o coração. É o caso da hipertensão arterial (tensão alta). Neste caso, o coração está em esforço. Por isso, vai aumentando de tamanho. Isto causa alterações ao seu funcionamento, que podem ser graves e levar a falhas cardíacas.

  • Cardiomiopatia dilatada

Por outro lado, pode acontecer o inverso. Como resultado de ataques de coração prévios, arritmias ou toxinas, o coração pode dilatar. Isto é, o músculo «expande» e fica mais fino e fraco. Por isso, deixa de conseguir bombear corretamente o sangue.

  • Cardiomiopatia hipertrófica

Esta doença é normalmente hereditária. Assim sendo, acontece quando algum problema genético afeta o miocárdio. As paredes do coração espessam, o que dificulta a sua contração. Também aqui, fica comprometida a sua função de bomba.

Quem souber de história familiar desta doença, deve comunicar ao médico de modo a poder ser detetada a tempo a sua existência ou não. De acordo com a American Heart Association (AHA), a cardiomiopatia hipertrófica é a principal causa de morte por doença cardíaca entre atletas e pessoas com menos de 35 anos.

Cardiopatia isquémica

Comumente chamada doença arterial coronária. É uma das principais causas de problemas no coração. Acontece quando há isquémia (diminuição ou interrupção do fluxo de sangue) das artérias coronárias (vasos que «alimentam» o coração). Isto pode dever-se a espasmos, trombos ou deposição de colesterol que causam o estreitamento das artérias e não deixam o sangue passar. Como resultado, pode haver necrose (morte) de partes do músculo do coração. Consequentemente, este deixa de conseguir funcionar corretamente.

Fatores de risco que deve conhecer

Em primeiro lugar, é preciso ter em conta que quando as causas são genéticas, será apenas possível vigiar e controlar a doença. Mas sempre que as causas estão relacionadas com o estilo de vida, as cardiopatias são evitáveis. Os principais fatores de risco para desenvolver uma cardiopatia são:

  • hipertensão arterial (tensão alta);

  • colesterol elevado;

  • tabagismo;

  • consumo elevado de álcool;

  • excesso de peso e obesidade;

  • diabetes;

  • alimentação desequilibrada;

  • sedentarismo;

  • stresse e ansiedade;

  • idade;

  • história familiar de cardiopatia.

Sintomas da cardiopatia

Os principais sintomas de que algo de errado se passa com o coração, são:

  • arritmia (ritmo cardíaco irregular);

  • falta de ar / dificuldade em respirar;

  • fadiga e tonturas;

  • edema (inchaço das extremidades, principalmente as pernas);

  • cianose (cor azulada da pele e mucosas, como os lábios ou debaixo das unhas, por falta de oxigénio no sangue);

  • angina (dor no peito semelhante a um aperto).

No entanto, os sintomas podem variar, até porque exitem tipos de cardiopatia. Dependem normalmente da causa, da gravidade e da extensão dos danos. Muitas vezes, as cardiopatias são assintomáticas. Só se dão a conhecer através de um evento grave, como um ataque de coração. Se tem fatores de risco, é essencial que faça consultas regulares com o seu médico. Só com o acompanhamento adequado se poderá travar ou desacelerar a progressão da doença, evitando consequências extremas.

Tratamento e prevenção

Os principais tratamentos passam por medicação que elimine ou controle as causas, de modo a que a doença não progrida para algo mais grave. Em casos de doença avançada, o médico poderá dar indicação para cirurgia.

A prevenção passa, sobretudo, por fazer alterações ao estilo de vida que reduzam ou eliminem os fatores de risco:

  • fazer uma alimentação equilibrada;

  • praticar exercício físico de forma regular;

  • manter um peso adequado;

  • deixar de fumar;

  • beber moderadamente e de forma esporádica;

  • controlar a diabetes, o colesterol e a tensão arterial.

Como vê, «cardiopatia» é um termo bastante abrangente. Engloba as doenças que afetam especificamente o coração. Como na maioria das doenças que abordamos, é possível de controlar e manter ou melhorar a qualidade de vida. A deteção precoce e estilo de vida saudável, são muitas vezes o caminho para viver largamente sem desenvolver condições demasiado graves. Assim sendo, esteja atento e consulte o seu médico.


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